Valor bilionário relaciona potenciais impactos no turismo, no transporte, na saúde e qualidade de vida dos cidadãos fluminenses; saiba o que ocorreu com o projeto de despoluição para a Olimpíada Rio-16

Todos os anos, o Estado do Rio de Janeiro perde até R$ 50 bilhões como decorrência da poluição na Baía de Guanabara. O valor do prejuízo bilionário aos cofres fluminenses foi avaliado pela organização não-governamental (ONG) Baía Viva a partir de estudos de universidades locais, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Clube de Engenharia e considera o impacto na saúde, no transporte e no turismo do estado.

“Há uma perda econômica de R$ 50 bilhões por ano, sendo R$ 30 bilhões por causa da poluição da Baía de Guanabara e outros R$ 20 bilhões por causa da imobilidade urbana, que são esses engarrafamentos quilométricos da Região Metropolitana”, explicou o ambientalista Sérgio Ricardo, um dos fundadores da Baía Viva, em entrevista ao portal G1. Isso porque a poluição compromete a saúde da comunidade e o turismo local; e, também, porque uma vez que se a Baía de Guanabara estivesse em condições de transportar cidadãos, o trânsito em suas vias marginais seria reduzido, gerando economia de recursos e de tempo.

O cálculo da ONG leva em consideração:

– a receita que poderia ser gerada com atividades de turismo na região;

– a ausência de transporte e mobilidade urbana de cidadãos, trabalhadores e da própria produção econômica;

– o excesso da queima de combustíveis fósseis, que poderia ser reduzido;

– o impacto no orçamento do sistema de saúde pública para tratar doenças causadas pela exposição à água suja, poluição do ar e falta de saneamento adequado.

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Região já recebeu alto investimento para despoluição

Uma das metas estabelecidas pelo Estado do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016 era atingir o índice de despoluição de 80% das águas da Baía de Guanabara. Mesmo depois de investir aproximadamente R$ 10 bilhões ao longo de duas décadas, o resultado ficou distante do objetivo. Atualmente, a Baía de Guanabara recebe 90 toneladas de lixo por dia e 18 mil litros de esgoto por segundo.

À Agência Brasil, na época dos Jogos, o governo do estado afirmou que o saneamento na área passou de 12% em 2005 para 50% em 2016. O índice foi considerado exagerado por Sérgio Ricardo, da Baía Viva, que estima ser necessário pelo menos 25 anos para a limpeza total das águas. “O comitê organizador afirma que a gente passou de 10% para 50%. Isso não é verdade, pesquisadores da Uerj [Universidade do Estado do Rio de Janeiro] mostram que não tratam nem 20%. O que tem hoje atinge algo em torno de 18%”, afirmou o ambientalista.

Desde então, de acordo com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), foi investido R$ 1,8 bilhão em esgotamento sanitário da Baía de Guanabara e R$ 1,53 bilhão em esgotamento sanitário na Bacia da Barra da Tijuca – a despoluição das lagoas de Jacarepaguá também era um projeto para a Olimpíada do Rio, mas não aconteceu como planejado.

Conteúdo publicado em 28 de fevereiro de 2019

O que a Braskem está fazendo sobre isso?

Desde sua criação, em 2002, a Braskem investe em diversas iniciativas para economia e reúso de água. Neste período, foram aportados, pela empresa, mais de R$ 250 milhões em projetos dedicados à eficiência hídrica. Hoje, a Braskem é uma das indústrias químicas que menos consome água no mundo – cerca de seis vezes menos do que a média global, de acordo com dados do International Council of Chemical Associations (ICCA). Entre as principais ações, se destacam o projeto Aquapolo, criado em 2010 pela Odebrecht Ambiental, hoje BRK Ambiental, em parceria com a Sabesp no ABC paulista, o maior empreendimento para a produção de água de reúso industrial na América do Sul e quinto maior do planeta. Outra ação é o projeto Água Viva, desenvolvido por parceria entre a Braskem e a Cetrel no Polo Industrial de Camaçari (BA), que reduz a demanda de água da empresa em 4 bilhões a 7 bilhões de litros de água por ano. Desde 2017, a Braskem segue listada no “A List” do CDP WATER. se consolidando como uma referência mundial em gerenciamento de recursos hídricos e contribuição para a transição para uma economia sustentável.

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