Sagrada na tradição local, a montanha Kulen, no Camboja, foi devastada pela extração ilegal de madeira. Projeto da ONU reflorestou o local e trouxe chuva e agricultura para a população

Em menos de cinco anos, um projeto de reflorestamento transformou a região árida da montanha Kulen, no Camboja. A iniciativa da ONU Meio Ambiente em parceria com o governo local cultivou 100 mil mudas, plantou mais de 250 mil árvores e conseguiu a proteção dos 306 hectares de floresta remanescente contra madeireiros ilegais: como resultado, trouxe de volta as chuva e o equilíbrio climático.

O retorno das chuvas e o estabelecimento de um clima regular beneficiaram diretamente a comunidade de 300 habitantes que vive entre 65 casas localizadas próximas ao cume da montanha. “Antes de 2014, a chuva era muito pouca, mas agora está melhor, especialmente nesse ano”, afirmou Thuch Ron, que chefia a comunidade da área protegida de Chuop Tasok, em depoimento à ONU.

“Quando começamos a plantar, todo mundo ajudou”, recorda Thuch Ron. “Quando nosso viveiro produz mudas e restaura a cobertura florestal, conseguimos mais chuva e uma colheita melhor de arroz”, acrescenta.

Desmatamento corrompeu floresta no Camboja

Na tradição local, a montanha Kulen é um lugar sagrado e associado à fertilidade. No entanto, nas últimas décadas, serviu como fonte de matéria-prima para a exploração ilegal: criminosos derrubaram árvores ao longo de extensas áreas de floresta e comercializaram sua madeira.

“As árvores grandes que estavam aqui atraíam a chuva. Quando elas foram embora, descobrimos que não tínhamos mais água e que nossa área estava secando”, contou a moradora Yuth Thy, de 46 anos, à ONU. “Quando eu era menina, tinha muita chuva e até granizo, fazia frio. Eu me lembro de ver fumaça saindo da minha boca quando eu falava. Agora tem menos chuva e nunca fica frio”, concluiu.

A principal produção agrícola da região de Kulen era o arroz, mas, conforme a seca aumentava, mais os campos minguavam – e a população local teve que vender bens e até animais. Antes do processo de reflorestamento, quando as condições climáticas não permitiam a agricultura, os moradores chegaram a coletar raízes comestíveis na floresta para terem com o que se alimentar.

Agora, o programa patrocinado pela ONU Meio Ambiente permite que a comunidade crie animais, mantenha árvores frutíferas e tenha acesso ao fornecimento constante de água potável, a partir de um reservatório instalado no alto da montanha. Além disso, a população recebeu treinamento para desenvolver plantações de sementes e jardins domésticos, e a escola está ensinando sobre preservação ambiental e mudanças climáticas.

“Eu digo à minha filha que tem de cuidar das árvores, e as árvores vão cuidar dela. Quando você protege as árvores e a floresta, elas trazem a chuva para você e deixam o clima mais fresco”, completa Thy.

Conteúdo publicado em 16 de abril de 2019

O que a Braskem está fazendo sobre isso?

Desde 2009, com o lançamento do compromisso ‘É preciso amadurecer para ser Verde’, a Braskem tem como prioridade estar entre as melhores indústrias químicas do mundo em relação à eficiência de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Para isso, a petroquímia produz, anualmente, seu inventário de GEE, que considera 100% de suas operações, e estabelece metas, além de observar resultados de sua missão de atuar como importante sequestrador de emissões via utilização de matérias-primas renováveis. A empresa trabalha com um plano de atuação em cinco frentes: engajamento interno, articulação externa, obtenção de informações, interpretação de informações e ampliação da gestão de riscos com a incorporação das variáveis climáticas no planejamento estratégico. Além disso, a Braskem participa de debates e fóruns sobre mudanças climáticas, como a Cúpula do Clima, e integra associações ligadas ao tema, como a Plataforma Empresas pelo Clima.

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