Aquecimento global pode afetar diretamente o fitoplâncton dos oceanos: mesmo se as metas do Acordo de Paris forem cumpridas, a cor dos mares será alterada em 50% até 2100

O aquecimento global poderá causar mais uma transformação nas características da Terra: o planeta azul pode ficar ainda mais azul devido ao aumento das temperaturas globais nas próximas décadas. É o que revelou um estudo recente publicado na revista científica Nature Communications.

Segundo o estudo, dirigido pela cientista Stephanie Dutkiewicz, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), um dos resultados do aquecimento global é o aumento da presença do fitoplâncton, conjunto de organismos marinhos microscópicos que absorvem e refletem luz.

“(…) o fitoplâncton transforma luz solar em energia química, consome dióxido de carbono e está na base da cadeia alimentar marinha.” – Stephanie Dutkiewicz, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT)

“O que descobrimos é que a cor vai mudar. Provavelmente não tanto a ponto de você enxergar a olho nu, mas certamente os sensores serão capazes de perceber que há uma mudança”, disse Dutkiewicz em entrevista à rede britânica BBC. “E provavelmente será um dos primeiros sinais de alerta de que mudamos a ecologia do oceano”, completou.

Como aquecimento global irá mudar a cor da Terra?

O aumento da temperatura global tem impacto direto na circulação das águas dos mares, e isso altera a quantidade e a qualidade dos alimentos disponíveis para esses organismos minúsculos. O resultado pode ser a redução do fitoplâncton, cuja presença dá tons mais esverdeados à água. Sem eles, o oceano ficará mais azul.

Estima-se que a região do Atlântico Norte será um dos primeiros a observar a mudança, seguido pela região do Oceano Antártico.

A equipe de pesquisadores modelou uma simulação que prevê os efeitos de uma elevação na temperatura média do planeta em 3°C até 2100 – cenário próximo ao previsto caso as metas do Acordo de Paris sejam cumpridas. Constatou-se que, neste quadro, até o fim do século haverá uma mudança de cor de mais de 50% nos mares do mundo.

“A cor na faixa verde/azul vai mostrar esse sinal de mudança mais cedo. Em alguns lugares, talvez na próxima década”, disse Dutkiewicz. E o resultado para a biodiversidade global pode ser desastroso: o fitoplâncton transforma luz solar em energia química, consome dióxido de carbono e está na base da cadeia alimentar marinha.

“Isso pode ser potencialmente muito grave. Se a mudança climática levar uma comunidade de fitoplâncton a invadir o espaço de outra, isso também mudará os tipos de cadeias alimentares que eles podem suportar”, preocupa-se a cientista.

Conteúdo publicado em 22 de março de 2019

O que a Braskem está fazendo sobre isso?

Desde 2009, com o lançamento do compromisso ‘É preciso amadurecer para ser Verde’, a Braskem tem como prioridade estar entre as melhores indústrias químicas do mundo em relação à eficiência de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Para isso, a petroquímia produz, anualmente, seu inventário de GEE, que considera 100% de suas operações, e estabelece metas, além de observar resultados de sua missão de atuar como importante sequestrador de emissões via utilização de matérias-primas renováveis. A empresa trabalha com um plano de atuação em cinco frentes: engajamento interno, articulação externa, obtenção de informações, interpretação de informações e ampliação da gestão de riscos com a incorporação das variáveis climáticas no planejamento estratégico. Além disso, a Braskem participa de debates e fóruns sobre mudanças climáticas, como a Cúpula do Clima, e integra associações ligadas ao tema, como a Plataforma Empresas pelo Clima.

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