Esta noite registra a maior Superlua deste ano e a terceira maior desta próxima década. Uma nova oportunidade para ver a Lua tão grande e brilhante quanto será possível observar hoje – isto, é claro, se as condições atmosféricas colaborarem e o céu estiver limpo -, ocorrerá apenas em 2026, no dia 24 de dezembro, véspera de Natal.
Exatamente às 6h09 (horário de Brasília) desta terça-feira, 19 de fevereiro, a distância entre Terra e Lua é a menor de todo o ano de 2019: neste horário, o satélite está a exatamente 356.763 quilômetros de nós. E na marca de 12h54, a Lua entra em sua fase cheia. Esta combinação entre o perigeu (momento de maior proximidade da Lua com a Terra) e a fase cheia do satélite compõe a Superlua.
“Em 19 de fevereiro, a Lua estará cheia apenas seis horas após atingir o perigeu, e será a maior e mais brilhante Lua cheia do ano. Para assistir à Superlua noturna, ou a qualquer Lua cheia, basta procurar a Lua se erguer no leste, na medida que o Sol se põe no oeste”, explica o astrônomo Mitzi Adams, da Nasa.
No Brasil, o pôr do Sol está previsto para às 19h02, o melhor horário para observar a Superlua. O nascer lunar é o melhor momento para ver a Lua maior e mais brilhante: quando o satélite está alinhado ao horizonte, próximo a objetos terrenos, como prédios e árvores, ele parece mais destacado aos nossos olhos.

Relação da Terra com a Lua
A Lua é o único satélite natural da Terra, e um dos maiores do Sistema Solar – proporcionalmente ao tamanho da Terra, ela lidera o ranking de nosso sistema estelar. O diâmetro da Lua regista 3.474 quilômetros, enquanto o da Terra mede 12.742 quilômetros – e a distância entre os dois corpos celestes é de 384.400 quilômetros, em média.
Não se sabe, ao certo, a origem da Lua. Há teorias para todos os gostos, mas, atualmente, a mais aceita pela comunidade científica é a que afirma que o satélite foi formado a partir da colisão de um corpo do tamanho de Marte com a Terra logo no início de sua formação, 4,6 bilhões de anos atrás. Neste choque, parte da Terra teria se desprendido, mas teria sido capturada pela gravidade do planeta.
Outra tese famosa é a da fissão, sugerida pelo astrônomo e físico George Darwin, filho de Charles Darwin. Rotacionando em alta velocidade, no começo de sua existência, a Terra teria liberado pedaços rochosos que formariam a Lua. Há, ainda, outras hipóteses: Terra e Lua teriam se formado ao mesmo tempo, com elementos diferentes, ou que a Lua era um corpo perdido vagando pelo Sistema Solar até ser cooptado pela força gravitacional do planeta.
A relação entre Terra e Lua gera belos efeitos visuais no céu e também fenômenos físicos bastante nítidos para nós – caso do efeito de marés.

Conheça alguns dos fenômenos e efeitos lunares
Eclipse solar
Ocorre com o alinhamento total de Sol, Lua e Terra (necessariamente nesta ordem). Durante o eclipse, os raios solares são bloqueados pela Lua – por isso, quando ele acontece, o céu escurece e a impressão é de que anoiteceu.
Eclipse lunar
Ocorre com o alinhamento total de Sol, Terra e Lua (necessariamente nesta ordem). Durante o eclipse lunar, os raios solares são bloqueados pela Terra.
Lua de sangue
É um tipo de eclipse lunar total. Este fenômeno tem como consequência o avermelhamento da Lua. O espectro da luz do Sol é branco e, por isso, toda noite vemos a Lua neste tom. Porém, quando há um eclipse total, os raios solares atravessam a atmosfera da Terra e, neste processo, alguns espectros se espalham, como o azul (por isso o céu tem essa cor). Outros espectros passam ilesos, como o vermelho. Esta luz vermelha vai diretamente à Lua e a ilumina com essa cor.
Lua azul
Trata-se da segunda Lua cheia dentro de um intervalo de um mês. O evento ocorre com frequência regular de pouco mais de dois anos e meio, em média, com ciclo lunar tendo 29,53 dias de duração e um mês 30 ou 31 dias (exceto fevereiro, com 28 ou 29 dias, mês durante o qual a ocorrência da Lua azul é impossível). A Lua não muda de cor, o termo é uma adequação a seu sentido original, de algo muito difícil de acontecer.
Superlua
O termo foi cunhado pelo astrólogo norte-americano Richard Nolle em 1979 e significa a coocorrência de dois eventos. Trata-se de uma Lua nova ou cheia que ocorre junto ao perigeu (ou a até 90% dele), momento de maior aproximação lunar em relação à Terra. No perigeu, a Lua fica a menos de 360.000 quilômetros de nós e, na Superlua, poderemos vê-la 11% maior e 5,5% mais brilhante que o comum.
Efeito maré
Quando a Lua está nas fases cheia ou nova, a maré está alta; quando as fases são crescente ou minguante, a maré é baixa. Isto é resultado uma equação de forças gravitacionais que envolve o satélite, o Sol e a própria Terra. Quanto maior o corpo celeste, maior sua força gravitacional, ou seja, o Sol mantém a Terra em sua órbita e a Terra, mantém a Lua. E os oceanos, carregados de água, são voláteis a essas forças: quando Sol e Lua estão alinhados (Lua nova ou cheia), eles “puxam” as águas para a linha do Equador, tornando a maré alta; quando Sol e Lua estão em posição perpendicular (Lua crescente e minguante), as forças gravitacionais quase se anulam e equilibram as águas da Terra, tornando a maré baixa.
Conteúdo publicado em 19 de fevereiro de 2019