O comitê organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio, em 2020, assumiu o compromisso de fazer o evento com 100% de energia limpa e renovável. De acordo com o jornal Japan Times, os organizadores afirmam que se trata de um plano para promover uma sociedade mais sustentável a partir da preparação para eventos quadrienais, caso das Olimpíadas.
Já está confirmado que a vila dos atletas, o principal centro de imprensa e o centro de transmissão internacional serão abastecidos com fontes de energia limpa. A principal matriz energética usada na capital japonesa será a solar. Para isso, o comitê organizador prepara parcerias com empresas para instalar e operar painéis solares. A estratégia compreende, também, a instalação de placas solares em ruas e estradas de Tóquio e redondezas. Os painéis serão instalados nas vias e cobertos por uma resina especial que irá garantir a segurança dos carros que passarem por cima delas.
Outra fonte de energia avaliada pelos japoneses para os Jogos Olímpicos é a eletrólise, ou seja, a conversão de hidrogênio. De acordo com o site norte-americano CityLab, o plano é que a Vila Olímpica, bairro estruturado para abrigar 6 mil apartamentos, seja abastecido também com a tecnologia. O investimento dedicado para a implementação da energia a hidrogênio foi orçado em cerca de US$ 350 milhões.
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O esforço na busca por energias renováveis é um processo mais amplo da sociedade japonesa. Segundo o CityLab, o país está estudando alternativas com mais afinco desde o acidente com a usina nuclear de Fukushima, em 2011. A eletrólise do hidrogênio é avaliada como uma das mais alternativas mais animadores: sua matéria-prima a água. Atualmente, além da matriz nuclear, o Japão tem como fontes energéticas o petróleo, o carvão e o gás natural, todos com recursos importados.
Metal das medalhas virá de eletrônicos reciclados
Além de promover energias limpas, a organização dos Jogos Olímpicos de 2020 pretende valorizar a reciclagem, sobretudo de materiais eletrônicos. Todas as cerca de 5 mil medalhas que serão distribuídas durante o evento serão produzidas a partir de metais recuperados de aparelhos eletrônicos, como smartphones.

Desde abril de 2017, 70% dos municípios japoneses coletam celulares e outros equipamentos em residências e lojas especializadas: em um ano, mais de 3 milhões de peças e 14 milhões de toneladas foram recolhidas. A campanha seguirá até meados de 2019. A primeira competição olímpica cujas medalhas foram confeccionadas com material reciclado foram os Jogos Olímpicos de Inverno Vancouver-2010, estratégia repetida no Rio-2016, quando os objetos continham 30% de elementos reciclados.
A expectativa é que, com a iniciativa, sejam coletados 40 quilos de ouro, 2.920 quilos de prata e 2.994 quilos de bronze. De acordo com o jornal o Globo, cada medalha terá 0,048 grama de ouro, 0,26 grama de prata e 12 gramas de cobre, sendo que as douradas serão banhadas com mais 6 gramas de ouro puro.
Meta de reciclagem e cronograma
A organização japonesa para a Olimpíada de 2020 está em dia com o cronograma. De acordo com o último relatório divulgado pelo Conselho Esportivo Japonês, as instalações para o evento estão 40% prontas, casos da Vila Olímpica e do Centro Olímpico Aquático.
Durante as obras, a meta estabelecida pelo comitê é que de que 99% dos bens adquiridos sejam ou reutilizados ou reciclados ao final do evento. O comitê também assumiu o compromisso de reutilizar ou reciclar pelo menos 65% de resíduos produzidos pelos torcedores nos locais de competição, como garrafas e embalagens de comida.
Conteúdo publicado em 10 de outubro de 2018