A costa da Holanda irá receber a primeira usina flutuante de energia solar de todo o planeta. Os painéis solares destinados a gerar energia na usina Zon-op-Zee (“Sol no Mar”, em tradução livre) serão instalados em alto mar. A previsão é de que em 2022 o empreendimento já esteja em operação.
Produzir energia solar em superfície aquática não é exatamente uma novidade: Reino Unido, China e Brasil já realizam testes com a tecnologia, mas apenas em lagos e rios, e para fins científicos. Agora, o projeto holandês planeja não só, de fato, produzir energia que será usada para abastecer as cidades litorâneas como também servir de laboratório para que o modelo possa ser replicado em outros países.
“Esta será uma solução para o mundo inteiro, já que a maioria da população da Terra está concentrada nas regiões costeiras. Ao começar a trazer a energia solar no mar para a realidade, esperamos criar um impacto positivo e duradouro em todo o mundo”, afirmou Allard van Hoeken, fundador da Oceans of Energy, empresa que constrói usinas de energia renovável, em comunicado.

Eficiência energética no mar
O projeto Zon-op-Zee prevê a instalação de 2,5 quilômetros quadrados de painéis solares. E, informam os realizadores, este equipamento deve ter desempenho 15% mais eficiente do que aqueles que operam em terra firme, mesmo com os riscos associados aos ventos fortes e ondas ou marés marítimas.
“O potencial da energia solar é enorme. No Solar Report 2018, estima-se que a energia solar pode contribuir para 75% do fornecimento de energia holandês. Existe um tremendo potencial para os parques solares flutuantes contribuírem significativamente para este objetivo”, disse Wijnand van Hooff, diretor do programa Solar Energy TKI Urban Energy. Fazem parte do programa entidades responsáveis pela geração e administração de energia na Holanda.
Com o potencial sucesso da iniciativa, a Oceans of Energy e a Universidade de Utrecht seguirão investigação científica sobre produção de eletricidade solar flutuante no mar, com dois objetivos: levar a tecnologia a ilhas e regiões remotas e desenvolver estrutura para instalar parques de energia eólica – que, na região dos Países Baixos, pode ter capacidade produtiva ainda muito maior.
Conteúdo publicado em 5 de agosto de 2019