A energia produzida a partir dos ventos já é a segunda principal fonte da matriz energética brasileira. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), a produção do parque eólico do Brasil atingiu 15,1 GW de capacidade instalada e ultrapassou a energia gerada a partir da biomassa no ranking nacional ainda no primeiro semestre de 2019.
O conjunto de usinas hidrelétricas segue na liderança deste ranking, com folga. Sua capacidade de produção é de 104,5 GW, o que representa 63,7% de toda energia gerada no país. A energia eólica corresponde por 9,2% e a biomassa por 9%, sendo seguidas pelas matrizes de gás natural (8,1%), petróleo (5,4%), carvão mineral (2%), energia fotovoltaica (1,3%) e energia nuclear (1,2%). Esses dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica.
“Se considerarmos que a energia eólica tinha cerca de 1 GW instalado em 2011 é um feito realmente impressionante chegarmos a ocupar este lugar de destaque na matriz elétrica”, comemora Elbia Gannoum, presidente-executiva da ABEEólica.
Em 2018, esta fonte gerou 48,4 TWh de energia elétrica, o que representou 8,6% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional. Trata-se de um crescimento de 14,6% em relação ao ano anterior. “Dá para dizer que o que as eólicas produziram de energia no ano passado, em média, seria o suficiente para abastecer 25,5 milhões de residências ou cerca de 80 milhões de pessoas”, explica Elbia.
A composição da energia eólica no Brasil
A capacidade total de 15 GW da energia eólica no Brasil vem de mais de 7 mil aerogeradores instalados em 601 parques eólicos distribuídos em 12 estados do país. O Nordeste concentra 86% da produção, com destaque para os estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará e Piauí; fora desta região, o principal produtor é o Rio Grande do Sul.
A perspectiva do setor é que a capacidade instalada siga crescendo. Já estão contratados ou em construção mais 4,6 GW, previstos para entregar ao menos 19,7 GW em 2023.
“No caso do Brasil, um fator que tem que ser destacado sempre é a qualidade de nossos ventos. Enquanto a média mundial do fator de capacidade está em cerca de 25%, o Fator de Capacidade médio brasileiro em 2018 foi de 42%, sendo que no Nordeste é bastante comum que parques passem dos 80%”, justifica Elbia. “Isso faz com que a produção dos aerogeradores instalados em solo brasileiro seja muito maior que as mesmas máquinas em outros países”, conclui.
Conteúdo publicado em 12 de agosto de 2019