Fundação investe no desenvolvimento de novas tecnologias que possam melhorar a performance dos atuais banheiros e criam alternativa para a universalização do acesso ao saneamento básico
De acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde, três em cada dez pessoas não têm acesso à água potável em casa, e seis em cada dez carecem de saneamento seguro. Ou seja, mais de 4 bilhões de pessoas em todo o mundo vivem em situação de saneamento precária, lidando diariamente com a falta de água potável para consumo, higiene e padecendo com esgotos abertos e doenças evitáveis.
Atenta a isso, a maior organização filantrópica privada do mundo, a Fundação Bill e Melinda Gates, vem investindo pesadamente na criação de novas soluções para os imensos desafios de saneamento do planeta. No final de 2018, Bill Gates – que também é cofundador da Microsoft e uma das pessoas mais ricas do mundo – anunciou um novo produto: uma privada que não precisa de água ou esgoto e que usa a química para transformar dejetos humanos em fertilizante.
Gates diz que o novo banheiro está pronto para ser colocado à venda após anos de trabalho. “A privada atual simplesmente envia os resíduos para a água, enquanto essas novas privadas sequer precisam estar ligadas ao esgoto”, disse Gates em entrevista à Reuters. “Eles recebem os líquidos e os sólidos e trabalham esses materiais quimicamente”.
A Fundação Gates estima que a deficiência no serviço de saneamento básico mate meio milhão de crianças menores de cinco anos anualmente e custe ao mundo mais de US$ 200 bilhões por ano em gastos com saúde e renda perdida. Por isso, a fundação e as equipes envolvidas destinaram US$ 200 milhões para desenvolver a nova privada. Outros US$ 200 milhões devem ser gastos para garantir a produção e distribuição, em escala, desses produtos.
Bill Gates comparou a mudança das privadas tradicionais para os modelos sem água ao desenvolvimento da computação, na época em que fundou a Microsoft, em meados da década de 1970. “Do mesmo modo que um computador pessoal é independente, não uma coisa gigantesca, podemos fazer esse processamento químico no nível do lar”, afirmou.
Gates ainda disse que o próximo passo para o projeto é lançar o conceito para os fabricantes. Ele estima que, até 2030, o mercado de privadas seja de mais de US$ 6 bilhões.
Confira o vídeo com a apresentação de Bill Gates:
Conteúdo publicado em 21 de fevereiro de 2019
O que a Braskem está fazendo sobre isso?
A Braskem lidera, ao lado da SANASA e com apoio da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, o movimento Menos Perdas Mais Água. Desde 2015, a iniciativa atua em prol da redução de perdas hídricas no sistema de distribuição. O movimento já conseguiu mostrar que as perdas de água agravam a vulnerabilidade das bacias hidrográficas, uma vez que intensificam o desequilíbrio entre oferta e demanda pelo recurso. A situação das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí de São Paulo (PCJ-SP) é uma das mais preocupantes. Lá, as perdas totalizam 183 milhões de m³ ao ano, o que equivale a 60% de todo consumo anual do setor industrial regional, com suas cerca de 1.500 empresas. A Braskem não se limita a melhorar apenas a sua pegada hídrica. A empresa também atua em parceria com seus clientes, fornecedores e parceiros estratégicos para desenvolver novos produtos, aplicações e soluções que aumentam a eficiência no uso da água em toda a cadeia de valor.