Todos os anos, o World Happiness Report publica o ranking que lista 156 países de acordo com seu “índice de felicidade”. Na edição de 2018, a Finlândia aparece no topo da publicação, seguida por Noruega e Dinamarca. No fim da lista, apontados nas três últimas posições estão Sudão do Sul, República Centro-Africana e e Burundi. O Brasil ocupa a 28ª posição.
A avaliação do World Happiness Report leva em consideração dados produzidos entre 2015 e 2017 pelos próprios países e pela empresa de inteligência e pesquisas Gallup. A metodologia analisa seis fatores para determinar a pontuação final. São eles: PIB per capita; rede de proteção social; expectativa de vida saudável; grau de liberdade para tomada de decisões; generosidade; percepção de corrupção. De acordo com os organizadores do ranking, o grau de confiabilidade da pesquisa é de 95%.
“Todos os países no topo do ranking tendem a apresentar altos índices para estes seis fatores dedicados ao bem-estar. Entre esses países, as diferenças nestes fatores variam muito pouco a ponto de que mudanças de posições anuais não sejam esperadas”, afirma o documento.
Países em desenvolvimento, por outro lado, apresentam variações bem mais intensas de desempenho. Em comparação com a edição que coletou dados entre 2008 e 2010, Togo foi a nação que teve a maior melhora em seus índices e saltou 17 posições no ranking. A crise econômica e de abastecimento pela qual passa a Venezuela fez dela o país que mais perdeu pontos: foram menos 2,2 pontos em uma escala que varia de 0 (zero) a 10 (dez).
Desempenho do Brasil e da América Latina
O Brasil também perdeu pontos em comparação com o ranking cuja data base é 2010. O índice de felicidade brasileiro variou 0,424 ponto para baixo. Hoje, o país ocupa a 28ª posição, com 6,419 pontos, o quarto mais bem colocado da América Latina, atrás de, respectivamente, México, Chile e Panamá e uma posição à frente da Argentina.
Em uma pesquisa sobre autopercepção de felicidade, Brasil e América Latina apresentaram índices superiores à média global. Nesta pesquisa é feita a pergunta: “de 0 a 10, sendo 10 a melhor vida possível e 0 como a pior vida possível, qual número representa a forma como você se sente?”. A média das respostas dadas por brasileiros foi de 6,73, mais alta que a do continente latino-americano (6,07), por sua vez superior à média global (5,42).
Um dos fatores que contribui para a média latino-americana de felicidade ser superior à global é a satisfação com a presença de familiares e amigos. Os idealizadores do ranking identificaram relação entre o grau de autopercepção de felicidade com a proximidade familiar. De acordo com os dados apresentados, o Brasil é um dos países do mundo no qual as pessoas mais visitam amigos e família pelo menos uma vez por semana (65%) e Argentina, Venezuela e México têm os índices mais altos de satisfação familiar (média acima de 6, em uma escala de 0 a 10).
Os melhores países para imigração
O World Happiness Report dedica grande parte de seu trabalho para avaliar as condições de vida de migrantes e, principalmente, imigrantes. E foi identificado que os dez países mais bem posicionados no ranking de “nações mais felizes do mundo” também são aquelas que proporcionam a seus imigrantes maior grau de felicidade. A Finlândia lidera em ambos.
“A felicidade muda de acordo com a qualidade da sociedade na qual a pessoa vive. A felicidade dos imigrantes, assim como dos cidadãos nativos, depende de fatores relacionados ao tecido social, estendendo-se além do fator ‘alta renda’, que tradicionalmente é o motivo das migrações”, diz o texto. “Os países com imigrantes mais felizes não são os mais ricos, mas os que têm conjunto mais equilibrado de suporte social e institucional para o bem estar”.
O índice que avalia não a felicidade, mas o quanto a sociedade aceita bem os imigrantes é liderado por, respectivamente, Islândia, Nova Zelândia, Ruana, Canadá e Serra Leoa. Os piores são Hungria, Montenegro e Macedônia.
Conteúdo publicado em 29 de maio de 2018