“Winter is coming.” O lema da família Stark, da série Game of Thrones, da HBO, é mais do que ficção. É uma referência ao clima e à soberania das forças da natureza, que podem extinguir a humanidade. Em entrevista ao The New York Times, George R.R. Martin, criador da série, confirma a teoria dos fãs que diziam que a trama de tem importantes paralelos com a crise generalizada que pode nos atingir como consequência do aquecimento global.
“Estamos debatendo política externa, interna, direitos civis, responsabilidade social, justiça. Todas essas coisas são importantes. Mas enquanto gastamos tanta energia [com esses assuntos], existe a ameaça da mudança climática. Isso realmente tem o potencial de destruir o nosso mundo”, disse o autor de uma das produções televisivas mais marcantes dos últimos sete anos, desde que entrou no ar.
Ultimato da ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou em outubro de 2018 um alarmante relatório de 400 páginas a respeito das consequências do aquecimento global para o planeta e a vida humana. A ONU pontua que precisamos limitar a elevação da temperatura da Terra em, no máximo, 1,5°C em relação ao período pré-industrial. Para isso, as emissões de dióxido de carbono resultantes da atividade humana terão que cair em 45% até 2030 e zerar até 2050.
A série norte-americana alcançou sucesso progressivo entre 2011 e 2018, com um enredo complexo e fascinante. Enfático, o autor ressalta que, quando começou a escrever a história, em 1991, ninguém falava sobre o aquecimento global. Mas, apesar de falarmos do assunto agora, continuamos focados em questões individuais ou locais, gastamos energia debatendo atividades esportivas, mas não estamos suficientemente mobilizados para enfrentar uma ameaça com o potencial de destruir o planeta.
“Estamos preocupados com as próximas eleições e empregos. Os trabalhos são muito importantes, claro. Mas não será importante se estivermos mortos e nossas cidades estiverem sob o oceano. A mudança climática deve ser a prioridade número um para qualquer político que seja capaz de enxergar além da próxima eleição.”
Game of Thrones: o jogo dos recordes
O Guinness Book listou o Game of Thrones em 2017 como a série mais popular do mundo. Isto porque, segundo a Parrot Analytics, empresa de dados que mede audiência televisiva, o seriado teria uma média diária global de 7.191.848 Demand Expressions, medida usada para avaliar audiência, menções, compartilhamentos e buscas).
Game of Thrones também é a série mais premiada entre todas as séries ficcionais de televisão, com um recorde de 47 Emmys no total. Segundo o grupo digital Dot, cada episódio da quinta temporada custou US$ 8 milhões. Já os episódios da última temporada ficaram em U$ 15 milhões. A magnitude do investimento em torno da série inclui a produção audiovisual e gráfica, vestuário, tecnologias e jogos, entre outros.
Cinco países já serviram de locação para a série: Croácia, Irlanda, Espanha, Canadá e Islândia. A escolha pelos diferentes países acontece devido às características de cada reino. Winterfell, por exemplo, é filmado na Irlanda do Norte. King’s Landing tem como locação a Croácia. Mas, além da presença em diversos países para as filmagens, o segundo episódio da quinta temporada foi distribuído em 173 países e territórios diferentes a partir da madrugada de segunda-feira em 20 de abril de 2015, sendo a maior transmissão realizada até agora.
As gravações da oitava e última temporada terminam em dezembro de 2018, mas essas novidades só chegam às telas em abril de 2019, com apenas seis episódios de longa duração. Até lá, o final é imprevisível, já que a produção tomou um rumo bastante diferente dos livros que inspiraram o roteiro. Os fãs aguardam ansiosos o desdobramento dos acontecimentos para vários personagens cujo destino segue indefinido.
E você? Está por dentro de Game of Thrones?
Conteúdo publicado em 26 de novembro de 2018