Outubro Rosa marca mês de conscientização sobre o câncer de mama, que é o primeiro em taxa de mortalidade entre mulheres no mundo. Conheça dicas de prevenção da doença para homens e mulheres

Até o final de 2018, 59.700 novos casos de câncer de mama serão diagnosticados apenas no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o índice é de 56,33 casos para cada 100 mil mulheres. E se você ou alguém que você ama fosse diagnosticada com a doença?

O movimento Outubro Rosa surgiu nos Estados Unidos na década de 1990, quando vários Estados já realizavam diferentes ações isoladas de conscientização em relação ao câncer de mama, além de campanhas pela mamografia no mês de outubro.

Posteriormente, com a aprovação do Congresso Americano, o mês foi oficializado como período de prevenção e adotado pelos demais países para alertar as mulheres e entidades governamentais sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama que, no Brasil, atinge cerca de 156 mulheres por dia.

Vários eventos marcam a data com o objetivo de compartilhar informações, promover a conscientização, proporcionar acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento e contribuir para a redução da mortalidade. De acordo com a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, o câncer de mama é o 1º em taxa de mortalidade entre mulheres no mundo.

Câncer de mama em homens e mulheres jovens

A médica Ana Carolina Salles, Oncologista Clínica do Hospital Santa Lúcia de Brasília, especialista no tratamento do câncer de mama, alerta que homens também podem ser acometidos pelo câncer de mama, já que existe tecido mamário em ambos os gêneros. De acordo com dados da American Cancer Society, o câncer de mama é cerca de 100 vezes menos comum entre homens do que entre mulheres. Entre os homens, a incidência é de 1 caso para cada 1.000 indivíduos.

“Em caso de câncer de mama masculino, é preciso verificar a possibilidade de câncer hereditário, relacionado às mutações genéticas herdadas nos genes BRCA1 e BRC2”, afirma a oncologista. “Além disso, o envelhecimento, uso abusivo de álcool e obesidade podem aumentar o risco de câncer de mama em homens.”

Já no caso feminino, o câncer de mama em mulheres abaixo de 35 anos é incomum, embora não seja raro, segundo Ana Carolina. “Na grande maioria dos casos em pacientes jovens, há alguma mutação genética. Por isso é importante que as mulheres, independentemente da idade, estejam atentas às suas mamas e façam o autoexame.”

Como prevenir?

A boa notícia é que cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis. As médicas Thainá Alves Malhão e Luciana Grucci Maya, da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do INCA, explicam:

1. Praticar atividade física regularmente

A prática de exercícios regulares, além de reduzir a gordura corporal, promove o equilíbrio dos níveis de hormônios, reduz a inflamação e fortalece as defesas do corpo, diminuindo o risco de câncer de mama.

2. Alimentar-se de forma saudável

Além de contribuir com o controle do peso corporal, ajuda a prevenir diversos tipos de câncer. Sabe-se que alimentos naturais têm o poder de inibir a chegada de compostos cancerígenos às células e, ainda, consertar o DNA danificado quando a agressão já começou. Se a célula foi alterada e não for possível consertar o DNA, alguns compostos promovem a sua morte, interrompendo a multiplicação desordenada. O consumo de alimentos ultraprocessados (refrigerantes, suco de caixinha, salgadinhos de pacote, biscoito recheado, refeições prontas, bebida láctea e macarrão instantâneo) são formulações industriais que promovem o excesso de peso e aumentam a chance de desenvolvimento de pelo menos 15 tipos de câncer, inclusive o de mama.

3. Manter o peso corporal adequado

O excesso de gordura no corpo, além de estar associado a um estado inflamatório crônico, afeta diretamente os níveis de vários hormônios circulantes, como a insulina e hormônios sexuais, criando um ambiente que pode promover o desenvolvimento de câncer de mama.

4. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas

O consumo de bebidas alcoólicas favorece o desenvolvimento de câncer de mama. Não há níveis seguros de ingestão de bebidas alcoólicas e, quanto maior o consumo, maior o risco de desenvolver a doença.

5. Amamentar

A evidência de que a amamentação reduz o risco de câncer de mama está relacionada aos efeitos na mãe que amamentou e não na criança que foi amamentada. Os possíveis mecanismos biológicos envolvidos neste efeito protetor estão relacionados à forte exfoliação do tecido mamário, às alterações na estrutura da mama, à intensa renovação celular da região e à redução do tempo de exposição da lactante ao estrogênio e outros hormônios durante a ausência do fluxo menstrual.

Fatores de risco

O INCA alerta que o câncer de mama não tem somente uma causa. A idade é um dos maiores fatores de risco mais importantes, já que quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. Mas outras circunstâncias podem contribuir com o desenvolvimento da doença:

1. Fatores ambientais e comportamentais

– Obesidade e sobrepeso
– Sedentarismo

– Consumo de álcool
– Exposição frequente a radiações

2. Fatores da história reprodutiva e hormonal

– Primeira menstruação antes de 12 anos
– Não ter tido filhos
– Primeira gravidez após os 30 anos
– Não ter amamentado
– Menopausa após 55 anos
– Uso de contraceptivos hormonais
– Reposição hormonal pós-menopausa

3. Fatores genéticos e hereditários

– História familiar de câncer de ovário
– Casos de câncer de mama na família
– História familiar de câncer de mama em homens
– Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2

Fonte: INCA

Conteúdo publicado em 18 de outubro de 2018

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